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Redução de tempo e custo para salvar vidas

24 de agosto de 2015
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TODO DIA – OPINIÃO – Americana – SP – 19/08/2015 – Pág. 02

O acúmulo de minha experiência em atendimento a pacientes em consultório tem mostrado um hábito mais recente dos brasileiros, especialmente os mais adeptos à Internet, que é a procura de sintomas e diagnósticos em sites de buscas online. Um sintoma de febre com dores no corpo: digita no Google. Uma mancha vermelha na pele: corre para o Yahoo! para pesquisar casos semelhantes. É uma prática que até pode agilizar o esclarecimento de dúvidas sobre a enfermidade, porém, sem um acompanhamento profissional adequado, pode acarretar em problemas graves como automedicação. Há fóruns na Web bem completos, que ajudam na coleta de informações e esclarecimento de dúvidas. E somente isso. O diagnóstico preciso só pode ser validado por um profissional da classe médica, que orientará corretamente quais procedimentos realizar para evitar problemas maiores. Mas vamos propor uma situação real: imagine você e sua família recolhidos em seu lar e, durante a madrugada, seu filho acorda em estado febril, sentindo dores de garganta e ouvido. A primeira, e mais correta, atitude a se tomar é levantar, arrumar-se para sair, entrar no carro ou chamar um táxi e dirigir-se ao pronto-socorro mais próximo. Chegando lá, é preciso passar pelo procedimento de cadastro, pegar a fila de espera e aguardar ser atendido, com a possibilidade de esperar mais um pouco para aplicarem a medicação. Conclusão: todo esse processo de acordar, trajeto, espera e atendimento demorará aproximadamente quatro horas, ocasionando um cansaço extra a todos, que se estenderá ao longo do dia. Imagine agora a mesma situação e, por meio de um computador ou tablet, você entra em um site específico de atendimento médico online e, utilizando o recurso de videoconferência,recebe uma orientação profissional e capacitada para orientar o caso. Em uma conta básica, você realizou todo o procedimento em 40 minutos e conseguiu o mesmo diagnóstico que receberia caso estivesse no hospital. E a economia vai além de tempo: custos como combustível, estacionamentos e similares são poupados. Segundo a ATA (American Telemedicine Association), países como os EUA já utilizam esse sistema de atendimento online, e comprova que há 80% de acerto no diagnóstico de patologias simples, evitando o deslocamento de pacientes até uma unidade de atendimento médico. Segundo a associação, 97% dos usuários aprovam esse modelo de serviço, alegando redução de tempo, custos e rapidez para solução dos casos. Ainda mais adiante, em situações de patologias que necessitam de mais atenção, o acompanhamento profissional pode ser feito a distância, podendo ser acionado pelo próprio médico, caso ele perceba alguma situação fora das normalidades determinadas para aquele paciente. Todo esse monitoramento é realizado por empresas de telemedicina, que todos os anos realizam milhares de laudos de exames a distância em diversas especialidades como cardiologia, neurologia, pneumologia e radiologia. Com o diagnóstico prévio, realizado por um profissional especializado, o tempo para atendimento e solução de casos tem sido menor e fundamental para salvar vidas. A ação médica especializada online leva recursos imediatos a todos os locais que não tenham médicos ou não possuam todas as especialidades. Claro que estamos falando em quebra de paradigmas. Mas se é para um bem maior, para ganhos de sociedades cada vez mais populosas e predominantemente carentes de recursos econômicos, como é o caso do Brasil, por que não?

Carlos Eduardo Cassiani Camargo Especialista em cardiologia e presidente da Brasil Telemedicina, empresa especializada em interação médica online

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