Na América Latina, o câncer de mama é ainda diagnosticado tardiamente
A médica e pesquisadora Edith Pérez, Diretora do Programa de Câncer de Mama da Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, alerta que a América Latina deve aumentar os seus esforços para incentivar o diagnóstico precoce da doença. “Na América Latina, o diagnóstico do câncer de mama é feito geralmente quando a doença já está em estágio muito avançado e, portanto, com menores possibilidades de tratamento e cura. Se o câncer de mama é detectado a tempo, a medicina tem muito a oferecer à paciente e há a possibilidade de superação da doença. Não podemos ter medo de falar sobre a doença. Temos que enfrentá-la com informação para que as mulheres mantenham o controle e não se deixem paralisar pelo medo. A medicina tem avançado consideravelmente nos últimos anos. Detectando um câncer de mama precocemente é possível tratá-lo com sucesso. O câncer de mama não é uma sentença de morte.”
Segundo pesquisas mundiais, uma de cada oito mulheres tem a possibilidade de desenvolver câncer de mama e somente de 5% a 10% são por fatores hereditários. No mundo a incidência do câncer de mama é de 1 milhão de casos por ano. Nos Estados Unidos ocorrem 180.000 novos casos por ano. No Brasil, segundo estimativas, em 2008 serão quase 50 mil novos casos – 51 casos para cada 100 mil mulheres. A cada ano, cerca de 22% dos casos de câncer em mulheres são de câncer de mama.
As taxas de sobrevivência de câncer localizado, depois de cinco anos, superam os 95%. Entretanto, somente 6% desses são diagnosticados em estado mais avançado da doença. Portanto, quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de sobrevida.
“Tivemos um progresso importante nos últimos anos no tratamento dos pacientes com câncer de mama em estágio inicial”, afirma a pesquisa, que participa de vários estudos clínicos sobre a doença. Atualmente, Dr. Perez coordena novo estudo, ALTO, que inclui um novo medicamento (Tykerb), em análise em mais de 8.000 mulheres com câncer de mama de 50 países, incluindo a América Latina.”O mais importante do estudo ALTO é a colaboração global para encontrar uma cura para o câncer de mama”, afirma Dra. Pérez, que também participa em outra pesquisa de nível mundial sobre a eficácia de novo medicamento para câncer de mama em estágio avançado e com metástase.
Fatores de Risco – Segundo o Instituto Nacional do Câncer do Brasil, estão bem estabelecidos os fatores de risco para o câncer de mama relacionados à vida reprodutiva da mulher, como menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia e terapia de reposição hormonal. Além desses, a idade continua sendo um dos mais importantes fatores de risco, já que as taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos, decaindo lentamente, a partir dessa idade.
Diagnóstico – O câncer de mama pode ser detectado por auto-exames na região das mamas para verificar a presença de nódulos, exames clínicos e mamografias (exames de diagnóstico por imagem).
Fonte: Portal Nacional de Seguros