A realidade do atendimento médico online é discutida em Webinar com a Brasil Telemedicina
A transmissão foi realizada a convite do Grupo de Discussão de Marketing Farmacêutico e levantou temas interessantes sobre a telemedicina para os participantes.
Essa semana, o CEO da Brasil Telemedicina, o médico cardiologista Dr. Carlos Camargo, realizou uma apresentação digital para o GDMF – Grupo de Discussão de Marketing Farmacêutico. Com o tema ‘Telemedicina: a visão de quem tem 10 anos de experiência’, foi possível levar informações aos participantes sobre como é o atual cenário da saúde online, no Brasil e no Mundo, e como é possível ajudar os médicos a se desenvolverem nessa área.
Segundo o especialista, quando ele começou, há 10 anos, parecia que a Telemedicina era coisa de outro mundo. A maioria dos médicos refugava esse tipo de atendimento, já que, grande parte dos profissionais da medicina em atividade foram formados antes da década de 90, quando raramente se falava de tecnologia.
“Antigamente, o exame físico e a conversa com o paciente eram quase que a única fonte de diagnóstico. Eu me lembro, quando comecei minha carreira em uma pequena cidade de Minas Gerais, que nem raio-X e eletrocardiograma havia no hospital. Mas, de lá pra cá, com o advento da internet, nós temos quase que um concorrente, que é o ‘Dr. Google’. Atualmente, quando a pessoa tem alguma dúvida de saúde, o primeiro lugar que ela consulta é a internet e, muitas vezes, o paciente já chega no consultório dizendo: eu quero fazer esse ou aquele exame. Eu quero tomar esse ou aquele remédio. É como se ele fosse lá pegar apenas o aval da medicina para fazer o tratamento que ele viu online”, levantou Dr. Carlos Camargo, que relatou que este comportamento das pessoas contribuía para o distanciamento dos médicos dos meios digitais.
Assista o vídeo completo, exibido pelo GDMF em 22/04/2020.
Além disso, ele contou que houve uma rejeição inicial da comunidade médica pela resistência cultural à tecnologia. Há 20 anos, foi estabelecida uma lei para que o médico usasse prontuário eletrônico mas, até hoje, poucos usam.
Entretanto, a pandemia do Coronavírus levou toda a população do mundo a buscar, abruptamente, a internet para diversos fins, seja para comer, comprar remédios ou para se consultar. Assim, a telemedicina está sendo transformada na principal forma de atendimento médico atual, o que gera valor para o seu papel e já demonstra os benefícios que ela pode trazer para os médicos e para a população.
“Inicialmente, os médicos também tinham receio de que a telemedicina pudesse roubar os pacientes que ele tinha no consultório, porque haveria uma liberdade maior de procurar médicos online e de outras localidades. Mas isso é uma inverdade, pois a distribuição geográfica de médicos no Brasil é muito ruim. Nós temos praticamente 80% dos médicos nas capitais (especialmente no Sudeste e Sul). Já no interior do Brasil, numa dimensão continental, faltam muitos médicos. Então a telemedicina veio para levar a medicina para todos os rincões do Brasil, a todos os pontos que necessitem de atendimento médico”, destaca o cardiologista.
Dr. Carlos Camargo ressaltou que, no mundo, países como os Estados Unidos, Alemanha, França, Espanha, Itália, Inglaterra e Japão já têm resoluções totalmente aprovadas para as consultas online, fato que ocorreu de uma forma disseminada pelo mundo, muito antes do Coronavírus. No Brasil, o COVID-19 apresentou a telemedicina como uma forma de ajudar no trabalho do médico, sendo liberada, pelo governo e órgãos regulamentadores, para apoio emergencial durante esta crise na saúde (veja mais sobre a liberação da telemedicina aqui).
“Eu creio que, depois da pandemia, haverá um bom senso e serão estabelecidas normas para que a telemedicina possa funcionar de maneira adequada. Há paradigmas a serem enfrentados, em relação à finalidade da saúde digital e seus benefícios. Por exemplo, há médicos e pessoas que dizem que não há humanização na telemedicina. Mas, ao contrário do que se pensa, imagine que você hoje, sendo médico, pode conversar com seu paciente a qualquer hora, da sua casa ou de onde você estiver. E você paciente que hoje, quando sai de qualquer consultório médico, não tem mais contato com o profissional mas que, agora, pode falar com ele quando precisar. Então, a telemedicina vem trazer um canal de comunicação maior entre médico e paciente, e isso vai trazer mais prevenção primária, mais instrução na saúde e tratamentos mais adequados”, completou o médico.
A seguir, ele contou, ainda, mais detalhes sobre os protocolos de atendimento online, assim como sobre a liberação para prescrição médica digital, emissão de atestados e pedidos de exames. Em seguida, apresentou a plataforma de teleconsulta Médico24hs, junto com o desenvolvedor, e, por fim, respondeu perguntas dos participantes.
Agradecemos por essa oportunidade de levar mais informações sobre a telemedicina! Nos colocamos à disposição para mais esclarecimentos e convidamos você a conhecer todas as nossas soluções de telessaúde.