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Telemedicina não para de avançar nos Estados Unidos

19 de março de 2021
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Veja uma compilação das estatísticas positivas apresentadas pelos EUA, que já têm a telemedicina como parte de sua cultura e como modelo prioritário para atendimento médico no cenário atual.

  1. Estatísticas de uso da telemedicina e crescimento do setor
    1. Como as pessoas veem a telemedicina? Ela é eficaz?
    2. Quanto custam as consultas virtuais de saúde?
    3. Quão comum era a telemedicina pré-coronavírus?
    4. Como o COVID-19 impactou o ecossistema de saúde virtual?
  2. Telemedicina é a semente do sucesso para a saúde
  3. A telemedicina ocupa o centro do palco na era da Covid-19
  4. Realize sua teleconsulta

Há mais de uma década, especialistas do Brasil e do mundo apontam para os benefícios proporcionados pela telemedicina para a saúde da população. Entretanto, foi a pandemia que evidenciou a importância dessa modalidade de atendimento e a urgência para que as teleconsultas fossem adotadas como uma forma ágil, simples e eficaz de se receber orientação médica, a qualquer momento, sem que o paciente precise sair de casa.

No Brasil, a telemedicina foi liberada logo no início da pandemia, em março de 2020, em caráter emergencial, para apoio ao combate do Coronavírus. Em nossa plataforma Médico24hs, desde então, registramos um crescimento considerável na realização das teleconsultas.

Este tem sido um recurso bastante utilizado pela população, conforme levantado por pesquisa realizada pela Capterra, que relatou que 55% dos pacientes brasileiros afirmam já terem feito uma consulta médica a distância. O medo da exposição ao vírus foi a razão apontada por 66% dos entrevistados, seguidos por rapidez e praticidade (16% em ambas).

Nos Estados Unidos – país que é berço da tecnologia, a telemedicina já faz parte da realidade de sua população, e obteve consideráveis avanços, conforme levantaremos no artigo de hoje. Confira, abaixo, algumas estatísticas que apontam o crescimento do uso da telemedicina pelos norte americanos, assim como seus benefícios.

Estatísticas de uso da telemedicina e crescimento do setor

A pandemia do Coronavírus não apenas mudou nossa maneira de trabalhar, de estudar, de nos relacionarmos ou até das crianças brincarem, mas também a forma como são realizados os cuidados da saúde. Portanto, compreender os modelos de uso e o crescimento da telemedicina no passado recente e no presente nos ajuda a entender como ela pode ser no futuro.

Preparamos uma compilação das principais publicações sobre telemedicina, postadas por organizações médicas dos Estados Unidos. Como veremos, as estatísticas mostram que tanto os consumidores quanto profissionais de saúde estão adotando a medicina virtual como um meio eficaz de atendimento no país. Além disso, a saúde digital custa menos do que as visitas ao consultório. Com a tecnologia e as medidas de segurança corretas, os benefícios da teleconsulta podem superar as expectativas pré-concebidas pela sociedade.

A telessaúde se mostra ser mais do que apenas uma resposta de emergência a uma crise. Essas estatísticas sinalizam que as consultas virtuais provavelmente se tornarão uma parte muito mais importante do atendimento ao paciente do que qualquer um poderia ter previsto antes da atual pandemia.

Veja, então, alguns números obtidos pelos líderes do setor de saúde virtual dos Estados Unidos.

1. Como as pessoas veem a telemedicina? Ela é eficaz?

  • 74% dos millennials (pessoas que nasceram de 1980 a 2000) preferem visitas de telessaúde a exames médicos presenciais (GlobalMed).
  • Nos próximos cinco anos, os consumidores esperam fazer maior uso das oportunidades virtuais de saúde (Bain).
  • Até 89% dos pacientes estão dispostos a aceitar a telemedicina como forma suficiente de atendimento médico (MDPI).
  • 85% dos pacientes que recebem serviços de telemedicina estão satisfeitos com seus cuidados médicos (MDPI).
  • Quando comparadas com as visitas no consultório, as visitas virtuais à saúde foram consideradas por 62,6% dos pacientes e 59% dos médicos como tão eficazes quanto os cuidados no consultório (ResearchGate).
  • 52,5% dos médicos relatam um tratamento mais eficaz com visitas virtuais à saúde do que o tratamento no consultório (ResearchGate).
  • 93% dos médicos acreditam que a telessaúde é um método “aceitável” e 60% acreditam que é um método “muito eficaz” de atendimento ao paciente em geral (Neurology).
  • 89% dos médicos relatam a telemedicina como pelo menos um método satisfatório de acompanhamento dos pacientes (Neurology).
    • 5% das consultas virtuais de saúde resultam na necessidade de exame presencial (Neurology).
  • Em alguns casos, a telemedicina tem resultados melhores do que as consultas de saúde presenciais (OCDE).
  • O programa de atenção ambulatorial da Banner Health, que envolve telessaúde, reduziu as hospitalizações em 49,5% e as reinternações de 30 dias em 75% no primeiro ano (FCC).
  • A Administração do Veterano administrou mais de 2,29 milhões de interações de telemedicina para mais de 782.000 veteranos (FCC).
  • Visitas virtuais de saúde implementadas com veteranos levaram a 25% menos dias gastos em cuidados de internação e 19% menos admissões hospitalares (FCC).
  • 93% dos pacientes de telepsiquiatria acham que podem apresentar as mesmas informações por telefone que em uma visita cara a cara (PubMed).
  • 96% dos pacientes telepsiquiátricos estão satisfeitos com saúde mental virtual (PubMed).
  • 85% dos pacientes telepsiquiátricos se sentem confortáveis com sua capacidade de compartilhar com um profissional de saúde mental em um ambiente virtual (PubMed).
  • A implementação de uma plataforma de telessaúde pode aumentar o recrutamento e a retenção de pacientes em 81,5% (Avera eCare).
  • 82% dos consumidores veem as opções digitais como a melhor forma de monitorar a saúde (McKinsey).

2. Quanto custam as consultas virtuais de saúde?

  • As consultas de telessaúde geralmente variam de US$ 49 a US$ 250 por mês (AAFP).
  • A telemedicina pode reduzir os custos das consultas médicas em 10-15% (MDPI).
  • Em Maryland, a implementação da plataforma virtual de saúde do Frederick Memorial Hospital em 2016 reduziu o custo do paciente em 50% (mHealth Intelligence).
  • Na Filadélfia, uma plataforma de telemedicina do Jefferson County Hospital, JeffConnect, resultou em economia de custos de US$ 300 a US$ 1.500 por visita ao hospital e U$19 a U$120 por visita aos pacientes (Health Leaders).
  • Projeta-se que as tecnologias de telessaúde economizem US$ 305 bilhões anuais para o setor de saúde dos EUA. (FCC)
  • O monitoramento remoto pela saúde em pacientes com diabetes resultou em melhores resultados e economia de custos estimados de US$ 3.855 por paciente por ano (FCC).
  • O programa de atenção ambulatorial da Banner Health, que envolve telessaúde, reduziu os custos gerais em 34,5% no primeiro ano (FCC).

3. Quão comum era a telemedicina pré-coronavírus?

  • De 2016 a 2019, o uso de telessaúde em algumas especialidades médicas dobrou de 14% para 28% (AMA).
  • Nos cinco anos anteriores a 2019, a telemedicina cresceu 44% (GlobalMed).
  • Em 2019, 66% dos consumidores estavam dispostos a experimentar exames de saúde virtuais, 8% já haviam feito e dois terços estavam usando dispositivos de monitoramento pessoal de saúde (American Well).
  • Em 2019, 22% dos médicos usaram telemedicina para examinar pacientes contra apenas 5% em 2015 (Ziegler).
  • Em 2019, o Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA relatou um aumento de 17% nos serviços de telessaúde para veteranos em relação ao ano fiscal anterior (VA).

4. Como o COVID-19 impactou o ecossistema de saúde virtual?

  • O governo federal dos Estados Unidos suspendeu as restrições anteriores aos serviços de telessaúde administrados por profissionais médicos em resposta à pandemia do Coronavirus, acrescentando mais de 80 serviços adicionais (JAMA).
  • Os Centros de Serviços Medicare e Medicaid começaram a permitir o reembolso de serviços de telemedicina em resposta ao COVID-19 (CDC).
  • Em 2020, a adoção de serviços de telessaúde pelo consumidor saltou de 11% para 49% em 2019 (McKinsey).

Telemedicina é a semente do sucesso para a saúde

De acordo com a McKinsey, a telessaúde ajudou a expandir o acesso ao atendimento em um momento em que a pandemia restringiu severamente a capacidade dos pacientes de ser consultada por seus médicos. As ações tomadas pelos líderes da área de saúde hoje determinarão se todo o potencial da telessaúde será realizado depois que a crise passar.

As estatísticas mais populares apontam que a Covid-19 causou uma grande aceleração no uso de telessaúde. A adoção do consumidor disparou de 11% dos consumidores dos EUA usando telessaúde em 2019 para 46% dos consumidores que agora usam telessaúde para substituir as consultas de saúde canceladas.

De acordo com eles, com a aceleração da adoção da telessaúde pelo consumidor e a extensão da telessaúde além do atendimento de urgência virtual, até US$ 250 bilhões dos gastos atuais com saúde nos EUA poderiam ser virtualizados.

Uma análise baseada em reclamações sugere que aproximadamente 20% de todas as visitas ao pronto-socorro poderiam ser evitadas por meio de ofertas virtuais de atendimento de urgência, 24% das consultas de consultórios de saúde e o volume de pacientes ambulatoriais poderiam ser entregues virtualmente e outros 9% de forma semi-virtual. Além disso, até 35% dos serviços regulares de atendimento domiciliar podem ser virtualizados e 2% de todo o volume de pacientes ambulatoriais podem ser transferidos para o ambiente doméstico, com administração de medicamentos habilitada por tecnologia.

“A janela para agir é agora. A crise atual demonstrou a relevância da telessaúde e abriu uma abertura para modernizar o sistema de atendimento. Essa modernização será alcançada incorporando a telessaúde ao contínuo de cuidados em grande escala. Um mercado de receita de US$ 3 bilhões tem potencial para crescer para US$ 250 bilhões. As sementes do sucesso serão plantadas nos próximos meses durante a crise gera pela pandemia. Os sistemas de saúde que sairão na frente serão aqueles que agem de forma decisiva, investem para construir capacidades em escala, trabalham duro para reconectar o modelo de prestação de cuidados e fornecer atendimento diferenciado de alta qualidade aos consumidores”, afirma a McKinsey.

A telemedicina ocupa o centro do palco na era da Covid-19

De acordo com a Science Mag, a telemedicina vem em muitas formas e tamanhos e oferece muitas vantagens em relação à consulta de saúde tradicional, mas, até recentemente, era amplamente subutilizada. A pandemia da Covid-19 mudou isso rapidamente – só o tempo dirá se a nova popularidade da telemedicina vai durar.

Em uma publicação, Michael Okun, professor de neurologia da Universidade da Flórida, disse que “a pandemia criou um enorme problema de saúde pública, mas o maior problema não era que os pacientes com Covid-19 não pudessem receber cuidados, mas sim que as pessoas sem a doença não podiam ter acesso a seus cuidados normais”.

Tal afirmação se deu pois os americanos passaram a adiar todos os tipos de assistência médica em meio ao temor do vírus. A Science Mag levantou que os Estados Unidos viram uma redução de 42% nas visitas ao departamento de emergência em abril de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019. A Mayo Clinic, que atende 1,2 milhão de pacientes anualmente, relatou queda de 78% nas visitas presenciais de meados de março a abril do ano passado.

No mesmo período, o uso dos serviços digitais de saúde da Mayo Clinic dispararam, incluindo um aumento de 10.880% nas consultas por vídeo para as residências dos pacientes. Antes da pandemia, 300 de seus provedores haviam realizado pelo menos uma visita de videoconsulta no ano anterior. Em meados de julho, esse número havia aumentado 2.000% para mais de 6.500.

“A pandemia da Covid-19 essencialmente acelerou a saúde digital nos EUA por cerca de 10 anos “, afirma Bart Demaerschalk, diretor médico de serviços síncronos do Centro de Atendimento Conectado da Mayo Clinic.

“Na era da Covid-19, a telemedicina melhora a segurança de pacientes e profissionais de saúde. Mas, independente da pandemia, ela simplesmente oferece atendimento melhor, mais conveniente e com custo menor”, diz Judd Hollander, reitor associado à Sidney Kimmel Medical College da Thomas Jefferson University na Filadélfia, Pensilvânia.

Uma pesquisa de maio de 2020 com beneficiários do Medicare Advantage descobriu que 91% daqueles que usaram telemedicina tiveram uma boa experiência e que 78% a usariam novamente. No entanto, a telemedicina é mais do que apenas substituir as visitas presenciais, diz Ann Mond Johnson, CEO da American Telemedicine Association, com sede em Arlington, Virgínia.

“Nos E.U.A. e em todo o mundo, tanto em áreas urbanas quanto rurais, há uma enorme escassez de médicos. O tempo de espera para ver os profissionais responsáveis por cuidados primários pode levar semanas; para os especialistas, pode ser ainda mais longo. Podemos usar a telemedicina para reimaginar os cuidados médicos e fornecer acesso a mais pessoas”, conclui Johnson.

Como vimos, a contribuição da telemedicina com a saúde nos Estados Unidos, especialmente para apoio no controle do Coronavírus, tem sido mais do que positivo, mas se fortificado para seguir crescendo mesmo após a pandemia. Torcemos para que o Brasil siga este mesmo caminho e para que a telemedicina seja regulamentada em caráter definitivo, levando saúde de qualidade e ágil para todos os cantos do nosso país.

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Fontes de pesquisa:

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https://healthsectorcouncil.org/wp-content/uploads/2018/08/AHIMA-Telemedicine-Toolkit.pdf

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https://www.ziegler.com/z-media/4685/ziegler_telehealth_iii_whitepaper_spreads.pdf

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https://www.statista.com/statistics/671374/global-telemedicine-market-size/

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https://www.sciencemag.org/features/2020/11/telemedicine-takes-center-stage-era-covid-19

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