Confira como a tecnologia de plataformas de atendimento médico virtual possibilitam a ampliação do acesso à saúde de forma simples e segura, levando bem-estar ao médico e ao paciente.

Prevenir é melhor que remediar, já dizia o velho ditado, que para a medicina, nunca fez tanto sentido quanto atualmente. Na busca por qualidade de vida e longevidade, a medicina preventiva ganhou destaque em todo o mundo. Sua base prática deixa de ser apenas o tratamento das doenças, e passa a integrar uma abordagem mais ampla, que considera a manutenção da saúde como sendo o passo principal para cooperar com o bem-estar do paciente.

Atualmente, podemos fazer quase tudo de forma virtual, seja realizar compras, trabalhar, participar de reuniões – e essa lista agora inclui a consulta médica virtual. Assim, a telemedicina passa a fazer parte da vida das pessoas, que a partir da tecnologia simples que envolve a internet, um celular ou computador e uma plataforma de telessaúde, se conectam a médicos logo no primeiro sinal de uma queixa. Ou seja, o atendimento de saúde remoto se tornou uma ferramenta imprescindível para promover o desenvolvimento da prevenção primária da população.

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No Brasil, país de grandes dimensões territoriais e contrastes socioeconômicos, a telemedicina surge com ainda mais força na pandemia, como uma oportunidade de unificar e qualificar o atendimento da atenção básica à saúde através de ações de teleducação e teleassistência. Essas modalidades contribuem para melhorar a qualidade do atendimento e acesso à saúde, além de facilitar a realização de uma segunda opinião médica, resolver em tempo real queixas ou dúvidas de diagnósticos, condutas terapêuticas e, assim, aumentar os tratamentos em um nível primário da saúde.

De acordo com publicação da Fortune, em 2024, é previsto que a teleconsulta se tornará tão predominante que o número de visitas de telemedicina ultrapassará o número de visitas ao consultório.

Com o desenvolvimento da telemedicina na atenção primária, médicos e os demais profissionais de saúde passam a ser capazes de tratar pacientes remotamente e desempenhar papéis importantes na implementação desta tecnologia inovadora, o que configura um novo modelo cultural de trabalho em saúde em âmbito mundial.

Hoje, a maioria das consultas para cuidados primários envolve um paciente e um médico em um consultório clínico. No entanto, essa rotina provavelmente mudará em um futuro próximo, ainda segundo à Fortune, com duas principais mudanças: médicos de diversas especialidades participarão das consultas de cuidados primários e a equipe usará a tecnologia de forma mais eficaz e com alto custo-benefício para todas as partes envolvidas. Uma variedade de serviços de saúde primários de telemedicina deve estar disponível para oferecer cuidados e serviços, integrando psicólogos, nutricionistas e demais profissionais aos cuidados remotos.

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Conheça o caso da Índia e números que indicam motores de crescimento no setor

Na Índia, 70% da população vive em áreas rurais, mas apenas 3% dos médicos especialistas do país atuam nessas áreas. Uma empresa sem fins lucrativos chamada World Health Partners (WHP) trabalha para fazer a ponte entre a identificação de profissionais de saúde informais na região de vilarejos e usando transmissão pela internet para conectar essa população a especialistas. Esses profissionais in loco aferem a pressão arterial, temperatura, batimentos cardíacos, frequência respiratória, e podem fazer eletrocardiogramas e transmitir os resultados diretamente para o médico especialista.

Na Índia, a prática da telemedicina começou em 2001, por meio de uma iniciativa da Organização Indiana de Pesquisa Espacial para conectar hospitais dos centros urbanos aos hospitais das zonas rurais. Deste período até o momento atual, ocorreram inúmeras transformações positivas e o atendimento médico a distância faz parte da rotina dos profissionais de saúde indianos.

Confira alguns números que apontam para o sucesso dos trabalhos de telemedicina no país, divulgados pela Investindia:

• De acordo com a pesquisa Global Market Insights, o mercado de telemedicina na Índia crescerá 22,4% até 2025.
• O setor hospitalar na Índia, responsável por 80% do mercado total de assistência médica, está testemunhando uma enorme demanda de investidores. Prevê-se que a indústria hospitalar atinja US $ 132 bilhões em 2023, ante US $ 61,8 bilhões em 2017; crescendo a um CAGR de 16-17%.
• Atualmente, o setor de diagnóstico na Índia está avaliado em US$ 4 bilhões e o de cuidados primários em US$ 13 bilhões. A participação do setor organizado é de quase 25% nesse segmento (15% em laboratórios e 10% em radiologia).
• A expectativa de vida excederá os 70 anos até 2022, portanto, são necessários mais serviços de saúde.
• Serão investidos mais de US $ 200 bilhões em infraestrutura médica até 2024

Em 2018, a Índia também foi palco de um marco histórico na telemedicina. Pela primeira vez na história, foi realizada uma cirurgia cardíaca a distância. O procedimento foi executado pelo médico cardiologista Tejas Patel, que estava em um templo Hindu a 32 quilômetros do local em que o paciente se encontrava.

O especialista trabalhou a partir de uma pequena estação com duas telas, conexão de internet de alta velocidade e um painel de controle em uma sala do templo, enquanto a paciente estava internada em um centro cirúrgico. A equipe que a acompanhava contava com um cirurgião se responsabilizaria por conduzir a operação caso a conexão de internet caísse, o que não aconteceu e a cirurgia, uma Angioplastia Coronária Percutânea, foi um sucesso e levou cerca de sete minutos.

Ao longo do procedimento, o Dr. Patel – através do robô – inseriu um fio em uma veia no pulso da paciente, e o movimentou em direção ao coração, bloqueando o gatilho para um ataque cardíaco. Ela recebeu alta no dia seguinte, com os mesmos resultados esperados em uma operação convencional e presencial.

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Conclusão da equipe da Brasil Telemedicina

A telemedicina surgiu como a possibilidade de revolucionar o atendimento médico, ao derrubar as barreiras físicas que tornavam o acesso ao serviço de saúde um fator limitante para a população. Por isso, já é uma prática consolidada em diversos países, apresentando resultados satisfatórios por onde passa.

O principal objetivo do atendimento médico virtual, a partir da teleconsulta, é aproximar pacientes e profissionais de saúde, de forma ágil, sem a necessidade de locomoção, além de beneficiar profissionais que atuam em comunidades remotas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) atesta que 60% dos atendimentos de triagem em prontos-socorros poderiam ser resolvidos de modo totalmente online, o que demonstra a urgência em se intensificar os trabalhos de consultas médicas virtuais em todo o mundo.

Com a crescente preocupação das pessoas com seu bem-estar e o aumento da longevidade, desenvolver programas de saúde que funcionem a longo prazo é fundamental nos tempos atuais. De acordo com a ONU – Organização das Nações Unidas, no documento ‘Perspectivas da população no mundo’, a expectativa de vida global cresceu 8 anos, indo de 64 para 72 anos, com projeção de que atinja os 77 anos até 2050. Esses dados, por si só, demonstram a importância de se adotar a medicina preventiva, que pode ter como grande aliada a telemedicina.

Fontes de pesquisa:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3634179/
https://online.maryville.edu/blog/telemedicine-in-primary-care/
https://www.investindia.gov.in/pt-br/sector/healthcare
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-06/mundo-deve-ter-mais-2-bilhoes-de-pessoas-em-30-anos#:~:text=A%20expectativa%20de%20vida%20global,77%2C1%20anos%20em%202050.